R. Pedroso Alvarenga, 1177, Conj.13 - Itaim Bibi - São Paulo - SP | Tel.: +55 11 3089-7444 | comercial@herzog.com.br | CRECI: 7.216-J
Julho foi marcado por avanços na economia brasileira, com revisões otimistas nas projeções de crescimento, mas também por sinais de alerta vindos do cenário internacional e da inflação interna.
Enquanto o Ministério da Fazenda elevou sua previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano de 2,4% para 2,5%, entidades como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mantiveram uma expectativa mais moderada, com expansão em torno de 2,3% a 2,2% para 2025.
Apesar do bom desempenho de indicadores econômicos no primeiro semestre, o segundo semestre começou sob o impacto de uma crise diplomática e comercial com os Estados Unidos. O governo norte-americano anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, com vigência a partir de 1º de agosto, em retaliação ao andamento de processos judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Analistas apontam que as novas tarifas podem comprometer até 6% do PIB e eliminar milhões de empregos nos próximos anos, dependendo da extensão da guerra comercial.
O governo brasileiro reagiu com firmeza, recorrendo à Organização Mundial do Comércio (OMC), publicando decretos de reciprocidade e sinalizando possíveis medidas de retaliação. Paralelamente, iniciou negociações para ampliar laços comerciais com países asiáticos, em especial a China, na tentativa de compensar perdas com o mercado norte-americano.
No front doméstico, o controle da inflação segue como desafio central. Mesmo com a tendência de desaceleração nos índices recentes, o IPCA continua acima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional, girando em torno de 5,3% nos últimos 12 meses.
A taxa básica de juros (Selic) permanece elevada, em 15% ao ano, dificultando o crédito e impactando o setor produtivo, mas sendo considerada necessária pelo Banco Central para conter as expectativas inflacionárias.
As contas públicas apresentaram leve melhora. O governo federal anunciou a liberação de R$ 20,6 bilhões do orçamento, reduzindo o déficit primário previsto para 2025 de R$ 97 bilhões para R$ 74,1 bilhões. Com isso, o contingenciamento de despesas discricionárias também foi reduzido, o que deve aliviar pressões sobre ministérios e investimentos em infraestrutura.
Em resumo, julho foi um mês de contrastes: de um lado, crescimento econômico sustentado, aumento de receita e otimismo com investimentos em infraestrutura; de outro, tensão externa, juros elevados e inflação ainda resistente. O segundo semestre promete ser decisivo para definir se o Brasil conseguirá manter sua trajetória de crescimento em meio a um ambiente global cada vez mais incerto.
© 2025 Grupo Grupo Herzog